Lucidez e Julgamento

Nela repousa a orientação do lar. Basta um julgamento menos justo por parte de um ou outro para comprometer, pois, a propósito de tudo e de nada, o casal é chamado a julgar e tomar as decisões que dá decorrem. A propósito de tudo, isto é, coisas importantes como a educação dos filhos, a orientação moral do lar, etc; a propósito de nada, insto é, os mínimos detalhes como a escolha das cores de um aposento ou a organização de uma festa. Ocorrendo repetidos erros de julgamento estaremos em constantes trapalhadas ou frequentes discussões. Em ambos os casos, o futuro absolutamente não será fácil nem calmo.

Devemos preocupar-nos, portanto, com a qualidade do julgamento do noivo ou noiva. Como o outro raciocina? Como discute? Sabe mudar de opinião? Admite os próprios erros? Sabe reconhecê-los sem se contrariar? Aceita corrigir julgamento precoce ou falso? No caso de ter mentido, prefere obstinar-se na própria defesa ou lamenta o erro? São outras tantas observações fáceis de fazer e que revelam a qualidade do julgamento de um indivíduo. Os noivos devem fazer observações recíprocas porque revelarão o gênero de vida a adotar se se casarem.

Detenhamo-nos, porém, sobre um ponto específico: a teimosia. Esta é sempre a marca de julgamento falso. É certo que nos podemos prender às próprias ideias convictamente, sem, entretanto, sermos teimosos. A teimosia começa quando nos apegamos em sustentar ideias cujo erro é evidente. Diz-se que “ser, teimoso é, frequentemente, ser pouco inteligente”. Este defeito parece radicalmente incompatível com as exigências da vida conjugal e, diante de alguém que nele está profundamente ancorado, não se deve hesitar em romper.

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Fonte: Padre Charboneeau – Livro: Noivado.

Força de Caráter – Parte 2

Mas, esta força de caráter que reclamamos aqui se impõe também na vida em geral. Os noivos, desde o dia em que se tornam marido e mulher, terão que fazer vida comum. Ora, sabemos bastante que a vida é semeada de ciladas. dificuldades, revezes. Na escolha de uma companheiro ou companheira de vida, é preciso levar  em conta essa necessidade inevitável na qual teremos de lutar energicamente para vencer os obstáculos de toda ordem: financeiros, físicos, fisiológicos, psicológicos, espirituais. Se aquele com quem nos preparamos para viver é um covarde, sempre pronto a capitular, se é fraco sempre em vias de desencorajamento, se é um inconstante que desiste do esforço nos primeiros momentos, a que penosa existência estaremos devotados! A felicidade, não nos esqueçamos, se ganha à custa de energia, de franquezas corajosas , de reinícios incansáveis. Ora, nada disso é possível sem que os cônjuges tenham força e caráter.

O entusiamo, aliás, repousa também nesta força de caráter e, qual será a triste situação de um casal de noivos se, na aurora da vida a dois, não houver um brilhante entusiasmo? Só nos poderemos entregar judiciosamente no casamento se tivermos a certeza de que encontraremos no outro esta indispensável força de caráter.

Judiciosamente! Tocamos em outro dos elementos primordiais que devem fundamentar a escolha dos noivos: lucidez de julgamento.

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Fonte: Padre Charboneeau – Livro: Noivado.

Força de caráter

Não é o domínio de si o fundamento da boa harmonia conjugal? Um lar, onde o marido e mulher dominam seu caráter sem se deixar levar por maus humores que unicamente semeiam confusão e engendram ressentimento, tem todas as probabilidades de chegar à boa harmonia. Não é, aliás, evidente que, se os esposos são encolerizados e violentos, irascíveis sem moderação, cedendo à cólera, os conflitos só se podem multiplicar e envenenar?

Enfim, depois de se terem mutuamente ferido, mais frequentemente do que necessário, chegam a não se tolerar mais, e, talvez a se detestarem. É da mais alta importância que os noivos tenham caracteres “domináveis”, sabendo, desde já, abater seus mais vivos impulsos e dominar, com grande força, tanto os sentimentos como as palavras.

Jovens que estão sempre, ou quase sempre, de lança em riste quando partilham apenas algumas horas por semana de vida comum dariam mau passo ligando-se para sempre. Devem primeiro pacificar-se aprendendo o domínio de si. Só assim estarão prontos a se engajar numa vida comum total que multiplicará, evidentemente, as ocasiões de choque.

 

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Fonte: Padre Charboneeau – Livro: Noivado.

 

Boa Saúde!

Não se pode perder de vista, que, ao casar-se, a pessoa orienta-se a prazo mais ou menos longo para maternidade ou paternidade, encargos geralmente incompatíveis com estados doentios.

Quem não vê, com efeito, que a saúde da jovem prepara a dos filhos. Eles herdarão robustez ou debilidade através do próprio valor do pai, é certo, mas sobretudo, através do valor físico a mãe Sabemos bastante a importância que reveste a qualidade da gestação sobre o estado de saúde os filhos, por isso não vamos insistir demasiado nisto. É pena que, embora convencidos, pouco pensemos o assunto. Um rapaz não pode escolher a esposa sem pensar que ela será fonte de vida de seus filhos. Também não deve caminhar para isso impensadamente e resvalar sobre o assunto fechando os olhos.

Um estado de saúde precário ou mesmo deficiente leva a complicações de toda espécie, das quais algumas tem consequências: além da própria saúde dos filhos que, como acabamos de lembrar, depende estritamente da mãe, há também as relações comuns, ou, se preferirmos, a atmosfera habitual do lar

A mulher sempre enferma pode tornar-se altamente irascível, hipersensível, desconfiada, e criar assim, ainda que involuntariamente, ambiente onde a harmonia conjugal se torna problemática Pode, então, o marido abandonar-se ao abatimento, afastando-se de um lar onde a paz se tornou impossível.

Por outro lado, a saúde do pai não é menos importante, antes de tudo, do ponto de vista da criança. Isto porque, da mesma forma que a mãe, embora de modo menos evidente, ele garante e prepara a saúde do filho Este nascerá prejudicado ou favorecido fisicamente pelo pai; a parte eminentemente ativa que ele toma na concepção traz consequências duráveis demais para serem ignoradas.

Além disso, o papel do marido, como o de pai, conduz o homem à responsabilidade material do lar. Pelo casamento, o jovem se torna provedor dos seus: mulher e filho dependem dele Teremos pensado que, sem boa saúde paterna, o próprio pão cotidiano se torna incerto? Lembro-me de ter conhecido noivos tão cegamente lançados no próprio amor que negligenciavam deliberadamente este aspecto tendo como resultado que, pouco depois, a jovem, grávida, teve que prover às necessidades do lar suportando um marido incapacitado! É certo que o caso se pode produzir de maneira imprevisível. Resta-nos então contar com os recursos da Providência, cujos secretos desígnios permitiram que se chegasse a tal estado de coisas. Mas, quando esta deplorável situação resulta de cegueira pueril, só pode conduzi a dificuldades intransponíveis. E temos para crer que os casais adeptos de tal política acabarão nas mais cruéis decepções

Digamos logo, para evitar qualquer falsa interpretação, que certas enfermidades podem muito bem não prejudicar o estado geral da saúde de uma pessoa Este caso não apresenta, evidentemente, dificuldade alguma.

Entretanto, se a saúde é importante, ela mão é toda a vida conjugal. Podemos afirmar que se trata de pré-requisito à harmonia do lar, por ela favorecida e facilitada. Mas, só a força de caráter há de assegurar essa harmonia.

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A PRUDÊNCIA, ELEMENTO INDISPENSÁVEL – PARTE 7

Poder-se-ia enumerar aqui grande número de qualidades requeridas para favorecer a felicidade conjugal, dizendo mesmo que todas as qualidades são úteis e que todos os defeitos são nocivos ao bom êxito matrimonial.

Mas nós nos contentaremos em acentuar  os elementos absolutamente necessários a uma evolução conjugal feliz. Para que os noivos se tornem esposos felizes e abertos, para que alimentem e desenvolvam o próprio amor sem que jamais haja regressão, dizemos que é preciso, de parte a parte, boa saúde, força de caráter,lucidez de julgamento, bom equilíbrio da sensibilidade, “aliados”, como sublinha Staal, “a um elevado e santo ideal”.

Nenhum desses elementos pode ser negligenciado. Será sobre eles que se faz a escolha, pensando as probabilidades de sucesso. Pode-se negligenciar um ou outro? Sera expor-se a dificuldades que se iriam multiplicando com a idade. Que os noivos tomem, pois, um a um, estes pontos de vista e se perguntem lealmente em medida eles possuem tais qualidades.

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A PRUDÊNCIA, ELEMENTO INDISPENSÁVEL – PARTE 6

Como vemos, importa muito que nenhuma dessas falsas motivações se infiltre na decisão tomada pelos noivos. Casa-se porque se ama. Não para fugir de um lar que é possível suportar, não para transferir a outrem as próprias responsabilidades, não para escapar ao eventual ridículo de um estado de solteirona… Casa-se porque se ama, e porque se pensa poder assegurar reciprocamente a felicidade. Qualquer outro motivo deve ser relegado a segundo plano a fim de evitar confusão, permitindo assim uma segura análise da situação.

Dois elementos bem distintos devem se unir para haver motivo para um casamento. Primeiro, a certeza de um amor verdadeiro. Porque não faltam as falsificações e mais de um noivo se engana grosseiramente. Imaginar que se ama é muito parecido com amar. Para quem não se dá ao trabalho de observar o próprio comportamento íntimo, para quem se esquece de sondar seus pensamentos secretos, aqueles que não transparecem no exterior e, entretanto, povoam o mais profundo do coração, que imenso perigo de confundir-se!

Mencionaremos adiante os sinais do verdadeiro amor. Entretanto, sublinhamos desde já que a análise de qualidade do amor deve ser um dos principais objetivos do termo de noivado, como também a harmonia das personalidades. Pois além do amor que, nem por ser indispensável é suficiente, é preciso ainda que sejamos feitos um para o outro e tenhamos as qualidades essenciais. Sem elas inútil pensar em felicidade, mesmo havendo amor!

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A PRUDÊNCIA, ELEMENTO INDISPENSÁVEL – PARTE 5

Além desta segurança psicológica há também – para a jovem – o problema de segurança material.  Acontece que, às vezes, vivemos mais ou menos pobremente, inquietos com o amanhã, sem recursos estáveis, sempre às voltas com um trabalho que se torna cada vez mais oneroso e que acaba por liquidar com as forças físicas ou com a paciência. Com o casamento, essa responsabilidade caberá ao marido e a jovem poderá abandonar-se totalmente a ele. Aspira-se esse alívio da mesma maneira de quem carrega um fardo e se apressa em atingir o fim para o qual se dirige a largar o mais breve possível a carga. Com que leveza de ânimo não entrevemos o casamento que se aproxima, ao pensar na segurança que nos trará?

Nos dois casos caminhamos para o malogro porque, por pouco que a necessidade de segurança – psicológica ou moral – se torne imperativa, depressa nos declararemos apaixonados para não retroceder e voltar à insegurança anterior. Grave erro de visão que é necessário evitar por rigorosa análise dos motivos pessoais determinantes da decisão de se casar.

Enfim, pode intervir um terceiro motivo secreto, sobretudo no caso da jovem: o medo de ser deixada de lado, reduzida a essa condição tão desacreditada: o celibato. Tudo, menos ser solteirona! Eis porque a jovem se torna menos exigente nos últimos anos da juventude: aceitará, quase sempre, compromissos que outrora teria rejeitado e não temerá ligar-se a um companheiro que, no funco, ela julga incapaz de lhe trazer felicidade. Joga com possível erro dos preconceitos, das falsas esperanças, diz a si mesma que talvez seja melhor do que pode imaginar, etc..etc… Todas razões que só ocorrem para dar-lhe, no momento, uma falsa certeza. Ninguém duvida de que, se alguém se casa mais para deixar o celibato que por amor, está comprometendo para sempre a felicidade. Pode ser terrivelmente penosa a infelicidade quando somos os únicos a suportá-la, mas, é muito mais penoso ainda ser infeliz quando somos dois a causar esta infelicidade e no-la infligir.

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A PRUDÊNCIA, ELEMENTO INDISPENSÁVEL – PARTE 4

Do mesmo modo, a procura de segurança pode conduzir a um passo errado. Vivemos sós, num quarto ou apartamento que nenhuma presença humana reconfortante vem animar. Com o tempo, a solidão nos desgasta, pois o maior sofrimento é a solidão afetiva. A necessidade de amar surge, neste momento, violenta como clarão, e, como a sede no deserto, queima aquele que tortura. Encontramos então um ser que, ao primeiro contato achamos digno de amor e cedemos à ilusão amorosa. Um romancista contemporâneo exprime muito bem por um de seus personagens, esta aventura infeliz: “Como eu tinha necessidade de amar e ser amado, acreditei estar apaixonado. Em outras palavras, banquei o bobo”. O julgamento é radical, mas exato. É errado abandonar-se a essa nostalgia do coração e crer-se amado por alguém quando na realidade amamos… o próprio amor. Esta segurança psicológica sentida por quem esperou muito e viveu sozinho, até aquele instante é um sentimento enganador. Pode desviar o julgamento dando a aparência de sólido e profundo amor quando estamos, ates de tudo, resolvidos a não permanecermos sós.

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